Val desligou o telefone. Estava muito brava por ter que mudar os
planos. Justo agora que ela quase estava conseguindo quebrar o esquema
de segurança. Mas era melhor assim. Agora seria bem mais fácil.
Ela não colocaria em risco nenhuma vida, sequer a dela. Sabia que
o filho era um mulherengo de primeira. Já sabia como iria ataca-lo.
Ele gostava de mulheres, e deixava os negócios de lado por elas.
Se ela o conquistasse, talvez, Val ficasse com todo aquele império
nas mãos. Ele ficaria impotente. Repentinamente, ela se levantou,
e foi até o fichário em que guardava os dados dos filhos.
Olhou os três. O mafioso tinha sorte, tivera três belos filhos,
um mais bonito que o outro. Mas um mais idiota que o outro. Ela iria começar
pelo mais idiota Paollo, um jovem de 20 anos que era um burro completo.
Ela só precisaria ficar amiga dele, para poder colocar o seu plano
em prática.
Depois de ler novamente todos os arquivos, Val começou a
fazer suas anotações. Minutos depois, ela sorria. Seria mais
fácil do que imaginara. Agora, tinha 3 dias para descansar.
Antes de começar a diversão, ela arrumou todos os arquivos,
e voltou ao QG do FBI. Dessa vez, ela não estava a fim de ir escondida.
Entrou pela porta da frente e foi anunciada ao chefão, o que fez
todos se surpreenderem. Mas quem ficou mais surpresa foi Val ao ver que
o DT inteiro estava lá, para uma reunião.
- Ora, ora ora!!! Vejo que resolveram de reunir sem mim!!! Algo
que eu não deveria saber?
- Não, Val. É que acabamos a nossa missão.
– disse Celly
- A do presidente? Acharam a culpada?
- Como você sabia que era A culpada? – perguntou Bel.
- Vocês não sabiam que era ela?
- Eu tinha a suspeita, mas prima, você sabe como é,
temos que ter certeza, afinal era um assunto por demais delicado, a vida
do presidente. Se deixássemos que alguém soubesse de nossas
suspeitas, os ataques iriam terminar e assim não poderíamos
pega-la.
- Por isso eu e a Celly ficamos quietas por todo esse tempo. Sabíamos
que era ela desde a primeira vez que a vimos – disse Bel – ela deu muitas
pistas e também se contradizia. Pequenas palavras, é verdade,
que passaram despercebidas por todos, menos por nós, que juntamos
as peças e hoje a pegamos.
- Ela deixou escapar algo sobre a bomba? Aposto que loira do jeito
que é abriu a boca quando não devia – disse Val, se sentando
no braço de uma cadeira, ao lado de Kyle.
- Sim. – continuou Bel- eu e a Celly estávamos cuidando da
segurança dela. Resolvemos que iríamos fazer isso, ficaria
melhor para que a pegássemos e seria mais fácil já
que somos todas mulheres e entre mulheres, sempre acabam escapando alguns
segredinhos...
- Exato – interrompeu Celly – e quando chegamos lá e ela
perguntou se tinha acontecido algo e nós dissemos que não,
ela perguntou sobre a bomba...
- E então, tivemos a certeza de que era ela, pois ninguém,
a não ser nós e um agente, sabíamos da existência
da bomba, nem mesmo o presidente que era para ser a vítima.
- Começamos a fazer perguntas e ela se enrolou toda. Com
algumas manhas, fizemos ela se contradizer, e assim, sem que ela percebesse..
- Porque era loira – brincou Val
- Oxigenada – continuou Bel
- Posso continuar? – disse Celly e quando as duas abriram um sorriso,
continuou – logo, depois de alguns joguinhos de palavras, ela confessou
de livre e espontânea vontade. Assim a prendemos e agora ela está
respondendo a um interrogatório, independente do que ela disser,
ela é culpada...
- Eu ainda estou tentando compreender como vocês conseguiram
– disse Brendan
- E eu também, nunca faria coisa semelhante.
- Vocês não vivem dizemos que só sabemos fofocar,
que passamos o dia falando? – disse Bel
- Pois é, nos aprimoramos na arte de falar, e sabemos fazer
com que digam o que queremos que digam – complementou Celly
- Principalmente se for loira – disse Val
- Com certeza! – disseram as duas juntas.
- O que vocês têm contra as loiras? – perguntou Kyle
- Tu fica quieto porque se não você vai ver – disse
Val, beliscando o braço de Kyle.
- Fora elas terem 3 neurônios?
- Tudo isso Celly? Achei que eram dois!
- Eram, Bel. Agora são três! Um pra acordar, outro
pra dizer merda e o terceiro pra pintar o cabelo!
- Mas que língua! – brincou o chefão que estava quieto
até aquele momento, abriu a boca – mas Val, como você sabia
que era ela?
- Simples – ela respondeu – bem ela é tão loira que
na hora em que eu estava perto, ela recebeu um telefonema de um de seus
cúmplices e ela falou que queria acabar com o presidente e por a
culpa na secretária ou então em algum grupo terrorista.
- E porque você não disse nada? – perguntou o chefe
novamente
- Primeiro: ninguém me perguntou nada e segundo, eu sabia
que iam descobrir, era só uma questão de tempo, deixei o
pessoal agir porque afinal o caso era deles e eles são muito competentes,
tanto que a essa hora ela deve ter dado o nome de todos os seus cúmplices.
Ah coisa linda!
- Você tinha tanta convicção, que eles iriam
descobrir?
- Claro, se não não seríamos o DT. Além
do mais, eles são os melhores. O que seria de mim, sem os meus companheiros?
Nada. Talvez uma mísera agente, tentando de todo modo chamar a atenção
de algum chefe, só isso. Agora eu tenho que falar sobre o meu caso
da Grécia. Já me decidi. Está tudo pronto. Partirei
em 3 dias.
- Qual é o plano? – perguntou o chefe.
- Nenhum! Eu não tenho nenhum plano. Fazer o quê? Sou
loira.
- Porque você não quer me dizer o plano? – perguntou
o chefe
- Porque não interessa pra vocês como eu vou fazer
e sim se eu vou fazer. Como eu disse que vou, não preciso dizer
mais nada. Só preparem as coisas para a minha viagem, não
quero saber, só quero que me coloquem perto deles e o resto pode
deixar comigo! – Val disse, se levantando e indo para a porta – ah! Estava
me esquecendo! Deixei os arquivos com a secretária, não preciso
mais deles, está tudo aqui – ela disse apontando para a cabeça.
Antes de abrir a porta se virou – e vocês aí, vocês
não vêm? Vamos comemorar. Eu sei que o presidente deve estar
querendo os agradecer, mas desgrudem deles e vamos fazer festa!! Afinal,
foram quase 3 meses cheirando o rabo desse porco chovinista!
Todos olharam para ela e sorriram, estavam cansados de trabalharem
sem parar, queriam se divertir e seguiram o exemplo de sua chefe. Foram
comemorar.