O telefone toca. Ela olha e estranha. Não era o seu celular, e sim o do hotel. Ninguém tinha o telefone do hotel. Ela ficou de prontidão.
- Alô?
- Val, é o general
- Ah! É você Ge! E aí,. O que que manda????
- Sobre o seu caso.
- Não me diga que o velho morreu que eu tenho um ataque.
- É, ele morreu
- Mas que filho da puta, cão sarnento! Filho  de uma égua, jacaré de teta, broxa !!! ele não poderia ter morrido! Sabe quanto tempo eu gastei pra ler esses papéis???
- Pois é, ele teve um ataque cardíaco ontem a noite.
- E quanto ao caso?
- Bem, quem assumiu os negócios foi o filho dele.
- O Giuseppe?
- É. E creio que você já sabe como ele é, se você leu bem os relatórios.
- Não, Ge, eu não li, sou analfabeta!!! Sim, ele é tão cruel quanto o pai.
- Sim. Você vai continuar no caso, só que o alvo agora é o filho e não o pai. O filho é mais desprevenido, eu não acho que  você vá ter muito trabalho em acabar com ele. Acho que vai ser mais fácil do que esperamos.
- Sim, vai ser. O Giuseppe é um mulherengo e pelo que eu vi, creio que faço o tipo dele, assim é só jogar um charme. Nem vou precisar de ajuda. Estava pensando em chamar o DT pra me ajudar no caso, mas como o velho morreu... não vai ser preciso. Já tenho um plano em mente e acho que talvez dê certo. Me dê mais 3 dias para que eu possa bolar todo o estratagema direitinho para que não haja problemas.
- Então tudo bem. Em três dias eu volto a te ligar. Não quero lhe atrapalhar . se houver algum problema, não se esqueça, me ligue.
- Tudo bem. Até.
- Até.

Val desligou o telefone. Estava muito brava por ter que mudar os planos. Justo agora que ela quase estava conseguindo quebrar o esquema de segurança. Mas era melhor assim. Agora seria bem mais fácil. Ela não colocaria em risco nenhuma vida, sequer a dela. Sabia que o filho era um mulherengo de primeira. Já sabia como iria ataca-lo. Ele gostava de mulheres, e deixava os negócios de lado por elas. Se ela o conquistasse, talvez, Val ficasse com todo aquele império nas mãos. Ele ficaria impotente. Repentinamente, ela se levantou, e foi até o fichário em que guardava os dados dos filhos. Olhou os três. O mafioso tinha sorte, tivera três belos filhos, um mais bonito que o outro. Mas um mais idiota que o outro. Ela iria começar pelo mais idiota Paollo, um jovem de 20 anos que era um burro completo. Ela só precisaria ficar amiga dele, para poder colocar o seu plano em prática.
Depois de ler novamente todos os arquivos, Val começou a fazer suas anotações. Minutos depois, ela sorria. Seria mais fácil do que imaginara.  Agora, tinha 3 dias para descansar. Antes de começar a diversão, ela arrumou todos os arquivos,  e voltou ao QG do FBI. Dessa vez, ela não estava a fim de ir escondida. Entrou pela porta da frente e foi anunciada ao chefão, o que fez todos se surpreenderem. Mas quem ficou mais surpresa foi Val ao ver que o DT inteiro estava lá, para uma reunião.
- Ora, ora ora!!! Vejo que resolveram de reunir sem mim!!! Algo que eu não deveria saber?
- Não, Val. É que acabamos a nossa missão. – disse Celly
- A do presidente? Acharam a culpada?
- Como você sabia que era A culpada? – perguntou Bel.
- Vocês não sabiam que era ela?
- Eu tinha a suspeita, mas prima, você sabe como é, temos que ter certeza, afinal era um assunto por demais delicado, a vida do presidente. Se deixássemos que alguém soubesse de nossas suspeitas, os ataques iriam terminar e assim não poderíamos pega-la.
- Por isso eu e a Celly ficamos quietas por todo esse tempo. Sabíamos que era ela desde a primeira vez que a vimos – disse Bel – ela deu muitas pistas e também se contradizia. Pequenas palavras, é verdade, que passaram despercebidas por todos, menos por nós, que juntamos as peças e hoje a pegamos.
- Ela deixou escapar algo sobre a bomba? Aposto que loira do jeito que é abriu a boca quando não devia – disse Val, se sentando no braço de uma cadeira, ao lado de Kyle.
- Sim. – continuou Bel- eu e a Celly estávamos cuidando da segurança dela. Resolvemos que iríamos fazer isso, ficaria melhor para que a pegássemos e seria mais fácil já que somos todas mulheres e entre mulheres, sempre acabam escapando alguns segredinhos...
- Exato – interrompeu Celly – e quando chegamos lá e ela perguntou se tinha acontecido algo e nós dissemos que não, ela perguntou sobre a bomba...
- E então, tivemos a certeza de que era ela, pois ninguém, a não ser nós e um agente, sabíamos da existência da bomba, nem mesmo o presidente que era para ser a vítima.
- Começamos a fazer perguntas e ela se enrolou toda. Com algumas manhas, fizemos ela se contradizer, e assim, sem que ela percebesse..
- Porque era loira – brincou Val
- Oxigenada – continuou Bel
- Posso continuar? – disse Celly e quando as duas abriram um sorriso, continuou – logo, depois de alguns joguinhos de palavras, ela confessou de livre e espontânea vontade. Assim a prendemos e agora ela está respondendo a um interrogatório, independente do que ela disser, ela é culpada...
- Eu ainda estou tentando compreender como vocês conseguiram – disse Brendan
- E eu também, nunca faria coisa semelhante.
- Vocês não vivem dizemos que só sabemos fofocar, que passamos o dia falando? – disse Bel
- Pois é, nos aprimoramos na arte de falar, e sabemos fazer com que digam o que queremos que digam – complementou Celly
- Principalmente se for loira – disse Val
- Com certeza! – disseram as duas juntas.
- O que vocês têm contra as loiras? – perguntou Kyle
- Tu fica quieto porque se não você vai ver – disse Val, beliscando o braço de Kyle.
- Fora elas terem 3 neurônios?
- Tudo isso Celly? Achei que eram dois!
- Eram, Bel. Agora são três! Um pra acordar, outro pra dizer merda e o terceiro pra pintar o cabelo!
- Mas que língua! – brincou o chefão que estava quieto até aquele momento, abriu a boca – mas Val, como você sabia que era ela?
- Simples – ela respondeu – bem ela é tão loira que na hora em que eu estava perto, ela recebeu um telefonema de um de seus cúmplices e ela falou que queria acabar com o presidente e por a culpa na secretária ou então em algum grupo terrorista.
- E porque você não disse nada? – perguntou o chefe novamente
- Primeiro: ninguém me perguntou nada e segundo, eu sabia que iam descobrir, era só uma questão de tempo, deixei o pessoal agir porque afinal o caso era deles e eles são muito competentes, tanto que a essa hora ela deve ter dado o nome de todos os seus cúmplices. Ah coisa linda!
- Você tinha tanta convicção, que eles iriam descobrir?
- Claro, se não não seríamos o DT. Além do mais, eles são os melhores. O que seria de mim, sem os meus companheiros? Nada. Talvez uma mísera agente, tentando de todo modo chamar a atenção de algum chefe, só isso. Agora eu tenho que falar sobre o meu caso da Grécia. Já me decidi. Está tudo pronto. Partirei em 3 dias.
- Qual é o plano? – perguntou o chefe.
- Nenhum! Eu não tenho nenhum plano. Fazer o quê? Sou loira.
- Porque você não quer me dizer o plano? – perguntou o chefe
- Porque não interessa pra vocês como eu vou fazer e sim se eu vou fazer. Como eu disse que vou, não preciso dizer mais nada. Só preparem as coisas para a minha viagem, não quero saber, só quero que me coloquem perto deles e o resto pode deixar comigo! – Val disse, se levantando e indo para a porta – ah! Estava me esquecendo! Deixei os arquivos com a secretária, não preciso mais deles, está tudo aqui – ela disse apontando para a cabeça. Antes de abrir a porta se virou – e vocês aí, vocês não vêm? Vamos comemorar. Eu sei que o presidente deve estar querendo os agradecer, mas desgrudem deles e vamos fazer festa!! Afinal, foram quase 3 meses cheirando o rabo desse porco chovinista!

Todos olharam para ela e sorriram, estavam cansados de trabalharem sem parar, queriam se divertir e seguiram o exemplo de sua chefe. Foram comemorar.
 

Back | Next